quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

COMEÇAR POR UM BEIJO

Começo por te dar um beijo.
Imagino um tremor. E quero!
Quero que o jogo persista.
Sem findar este desejo,
Quero que o tudo exista,
E o nada se transforme.
Pintar o teu corpo com arte,
este nosso sentido de fome.
Uma musa que me intriga,
Troca fado por cantiga.
Alimentas tu o meu sangue,
no caminho a que o amor segue.

Começo por te dar um beijo.
Um toque fino de lábios,
paladares simples solitários,
em cada pequeno toque,
que por ti já nua eu vejo.
O calor que me envolve,
tem direccção e sentido.
Só o beijo me absorve,
ao gemeres no meu ouvido.

És mulher doce e sem malicia,
recusas sem vontade que pare,
teu tronco arqueia nesta ânsia,
no murmúrio de um toque suave.

Teu peito procura o meu tacto,
a minha entrega, o nosso prazer,
ao tocar-te sinto-me grato,
por tanta beleza sentir e ter.

Comecei por te dar um beijo,
beijei-te tão devagar horas a fio,
trocámos os cheiros e os fluidos,
nas memorias que sempre revejo,
num aproximar o clímax dos sentidos.

A olhar para ti me separo,
a hora chegou na partida,
ficas para sempre meu desejo,
relembro o corpo e reparo,
que me despeco de ti,
com um beijo.


5 Janeiro 2012

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