Saí da casa onde já não vivo.
Perdi-me na luta contra a lágrima
Que me atrapalha, não por vergonha,
Mas por um bater de peito,
Com a intensidade de amor.
Expliquem-me a essência de alguém,
A pureza de sentir alguma coisa
Quando tudo começa no nascimento.
Sim. Falo do milagre humano,
Do milagre "simples" do nascimento.
O parto é o ponto de partida,
Uma partida que só tem fim com a morte.
Há um milagre, que o é,
Mas que o não é, porque é simples.
Sei que o "simples" é complexo,
E é por essa complexidade que existo.
Não quero trocadilhos de emoções,
Porque ser assim é ser-se Eu.
Nada é complicado por existir,
Existir e saber como, é pior... ou não(?).
Todos os meus passados, somados,
Assumidos e filtrados, num só,
Que sou eu, são adição de ser feliz.
São permissas na minha equação de
Matematizar a linguagem da minha vida.
Para quê complicar?
É frustrante ter a felicidade na mão,
Senti-la escapar por pedaços de nada
Por aberrações egoístas individuais.
O que mais me apoquenta,
É o arrependimento que um dia virá.
Não o meu, porque é um fim de estrada,
Mas pela estrada inacabada,
Que não se esforçam minimamente por acabar.
Pergunto-me todos os dias pela vida
E fico sempre neste estado incompleto.
É óbvio que ultrapasso a indiferença
Com o inevitável sentido da realidade.
Fica a frustração do sonho,
Para onde me mudava de imediato,
De corpo e alma, definitivamente!
28FEVEREIRO2016