quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O SANGUE É LAVA




Hoje que cheguei aqui,
De um espaço limitado,
Descolado de um cordão,
Eis o resultado. Eu.
Todos os espaços,
São estranhos, são próprios,
Impróprios, detestáveis,
De todas as formas, como Eu.
Há um significante objectivo,
E de repente, como quem sente,
Resulta a razão da vida.
Será vida? O que é vida?
Perguntem, mas
Não esperem respostas.
Vivam o que eu vivo.
Quando se apaga uma chama,
Outro sopro sopra,
E um novo fogo nasce.
São fogos que não se apagam,
Não se deviam apagar.
Este fogo, é um cordão,
Como o da vida, do vácuo.
É um desperdicío apagá-lo.
Mas apaga-se e renova-se,
E arde ainda mais, e mais,
Arde tão quente, que arde
Sem controlo desta mente.
Sinto-me a arder por dentro!
Um queimar que não queima,
Um calor que me acorda,
Que transforma sangue em lava,
E estou cheio. Cheio deste fogo,
Que arde e não se vê, que existe.
Confesso que ardi quase tudo,
O que pensei poder queimar.
Mas não. Quem o criou, apagou.
É difícil sobreviver às cinzas.
Mas a lava sempre acorda,
E o meu sangue está assim,
Um rio que transborda fogo,
O fogo que cria outra vida.
E ardendo assim, segue a vida,
E o coração acorda, de um sono,
Que não queria dormir.
Renascem os dias ardentes,
Um fogo incontrolável,
E do meu sangue seco,
Renasce a lava que amo!

11FEVEREIRO2015


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