sábado, 21 de fevereiro de 2015

FORÇA OCULTA

O que me faz parar,
É esta força oculta no peito,
Que por mais tentativas,
A que me imponho,
Não consigo controlar.
É o destino de um desejo,
Excitado sem cheiro,
Sem animalesca vontade
De possuir um corpo diferente.
É uma tempestade tão boa,
Que controlo umas vezes,
Que me enlouquece outras,
Mas é a única forma,
A única forma que sei,
E me mantém agarrado à vida.
A tortura é consciente,
Uma auto mutilação da alma,
Que me torna acre e doce
Comigo mesmo. É estranho.
Tento fugir à dor permanentemente.
Escorrego por mim próprio,
Nestas alturas em que desespero,
Em que sinto a terra fugir,
Em que me sinto asfixiar,
Sem que me falte oxigénio.
Não quero, e é simples o motivo,
Viver de uma outra forma qualquer.
Quero o peito sempre cheio,
De um oxigénio que não existe,
Mas me faz sentir a vida.
É esta sensação divinal,
Que alimenta o bom tormento,
Que sendo ou não dor,
É a dor que alimento.

21FEVEREIRO2015

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