Tantas vezes dou por mim
a pensar, no conceito "coragem".
É estranha a opção que possa tomar,
tenho tantos desvios na matéria,
que as opções são demasiadas
para um acto tão nobre e inato.
Vem-me à ideia a blasfémia.
Ridicularizar ofensivamente,
por influxo de receios íngremes,
ultrapassados por cumes ganhos,
sem medo de cair em precipícios.
Tem a ver com inflexibilidade.
Vejo e ouço tantas banalidades,
que a coragem vai sendo rara.
É como ouvir o som de um buraco,
sem eco aparente, sem veemência.
A natureza é corajosa, por si só,
sem saber do conceito humano.
Apenas é. Não só porque sim.
É o Homem que me surpreende,
é a falta de atitude individual,
que resulta na falha colectiva.
Há excepções, evidentemente.
Eu, não sei em que degrau estarei.
Não me preocupo. Não me calo,
nunca me resumo a silêncios.
Fico no limite da consciência,
e no desenrolar das desilusões.
Era bom ter um baú avantajado,
para fechar com cadeados perros,
enterrá-lo num ermo incógnito,
e esquecer a coragem.
É o atrito das decisões,
que me gasta a paciência e a fé.
Prefiro neste momento,
carregar aos ombros, a noite.
Transitar para um espaço diferente,
e receber de frente a surdez
de todas as minhas meditações.
A coragem não pode ser imagem.
15JANEIRO2015
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