terça-feira, 13 de maio de 2014

O FOGO




Quero o calor no corpo.
Fogo. Fogueira.
Fogo da minha lareira.
Não te mexas.
Basta-me a tua cabeça no ombro,
o crepitar das brasas,
a fuga das labaredas.
O calor.
A magia do fogo.
Não te sei explicar.
Sinto-o como sinto o mar.
Atrai-me.
Atrai-me tanto!
A perfeição do fogo é o agora,
sem mais nada.
Dois corpos,
dois silêncios, aquecidos,
no vermelho vivo, abstrato
do esboço surreal do fogo.
Só o fogo fala.
Só o fogo cheira.
Só o fogo grita,
todo o meu entusiasmo.
Calmo.
Quente e calmo.
O cheiro que a cinza traz,
os pedaços  descolados
caídos de troncos e brasas.
Imaginário de dois troncos,
humanos.
Colados e quentes.
Silenciosos.
Deixa correr o fogo.
Não fales.
Aquece.
Aquece-me.
Fica aqui.

13MAIO2014

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