Sinto-me nu.
Nudez embrionária,
recolhida ao vácuo.
A um útero feliz.
A nudez é uma parcela
tão imensa como a existência.
Uma aguarela incompleta.
Um esboço por decidir.
É a base.
Sim, claro que é a base.
Um invólucro comercial,
ainda há quem a venda.
Sinto-me nu.
Sinto uma nudez interior.
Sinto quase tudo o que não devo.
Sinto por todos.
Por tudo e por nada.
Não sei se me decida.
Nem como, nem porquê!
Não me cortem o cordão.
Não me roubem o vácuo.
É meu!
Só meu!
Como todos os vácuos.
Deixem-me existir sózinho.
Isento.
Incógnito.
Nu!
21MAIO2014
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