sábado, 1 de fevereiro de 2014

UM DIA...




Serei adorado por um sorriso.
Basta-me um banco de jardim,
com todos os sopros do vento,
de passagem, por todos os outros,
assim como passem por mim.
Sereno eu, ao acordar dos lábios,
sentir eu, competências do desejo.
Passear esta, a alma viva de vazio,
enquanto penso, enquanto posso,
faça chuva, corra o vento ou esteja frio,
olhar tudo o que seja simples,
transformando o anão em colosso.
Ponderar o natural que em mim,
onde em passeio carrego as flores,
que adoçam o cheiro deste jardim.
A viagem é carreiro improvisado,
sem destino natural ou complexo.
Sorrio a cada sorriso que vejo,
abraço todos os abraços que sinto,
arrepiando-me a um qualquer beijo.
Sem procura de lógica ou nexo,
deixo de carregar qualquer fardo,
intoxicado no desafio deste labirinto.
Despem as aves de penas e voos,
na nudez dos ninhos que constroem,
tristes, todos os Outonos abandonados.
Só a morte os profana, violados,
estes jardins de relva e fontes,
onde todos os vivos adormecem,
imunes a todos os estranhos passos.
Adoremos por fim o sorriso,
por cada uma e boa lembrança,
adocemos os sonhos mais intimos,
reconhecendo as cantorias e odes,
oferecendo mimos a qualquer criança.
É fácil, sentir o desejo pela eternidade,
por mais nova ou velha, que seja a idade.
As rugas são bordados do tempo,
em rendas imaculadas  na pele da felicidade.
Serei adorado por um sorriso,
um dia...

01FEVEREIRO2014

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