Os moinhos deixaram de moer.
Falta-me a montada e o pagem.
A evolução torna tudo em infinito.
Deixem-me cheirar o sopro do vento,
como quem cheira vinho novo.
Mesmo o frio sabe-me a quente,
pelo presente que o prazer me dá.
Sabe-me a açucar doentio,
saber que existem crianças, inocentes,
capazes de sorrir ao pior imprevisto,
Abe-me a doença,
não me sabe a felicidade.
Tudo se transforma no corpo.
É difícil compreender o prazer.
Existe sim, pelo facto mais simples,
pelo imediato que me arrepia,
pelo fechar de olhos, loucos,
desejo, amor ou algo de novo!
O resto, vem sempre. Indiferente.
Vem como tempestade destruidora,
com estranha beleza diabólica.
Os olhos sentem. Saboreiam.
Mastigam de forma diferente.
O som, reflete o climax incontrolável,
e eu, eu o estranho da existência,
adoro estes redemoínhos incertos.
Mesmo que o ar me falte, fica a imagem.
Fica um prazer aflitívo de vivo,
que vivo, sem saber de consequências.
Um copo de vinho, um chá, um café.
Uma mulher, o melhor prazer do mundo.
Falta-me o permanente. A Realidade.
Saltar entre espaços e tempo,
só me faz imaginar o que sinto.
As rugas que crescem sem remédio,
as horas que se perdem por tédio.
Será este o meu quinto império?
Um prazer imenso, sempre
que me lembro de ti aqui perto?
Já não guerreio o imaginário,
nem a frustração perdida pelos anos.
Quero insane, a permanência humana,
nestes espaços infindos sem te ver.
Quero namorar a pele e o cheiro,
os fluídos que provo e entrego,
por cada centímetro que beijo.
Quero deixar de imaginar e,
sentir-te finalmente aqui,
nos meus braços,
o aperto das tuas pernas,
dentro de ti,
cheios de tudo e,
todo o tempo que resta.
13FEVEREIRO2014
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