Vou rabiscar uma linha incompleta.
Esboços estão mais que ultrapassados,
até porque nem sei desenhar patavina.
Mas a animação aumenta-me a líbido,
como se um orgasmo surgindo do nada,
fosse algo assim tão simples e adorável.
Começo pelos sonhos que ainda não tive.
O gozo, esse, está na certeza que os terei.
Um orgasmo é uma sensação divinal!
Os acanhados que o sejam, que sequem,
que se sintam aliviados pelos bons costumes,
porque sem um orgasmo louco,
nunca nas suas vidas tristes, serão alguém.
O desenho é um motivo imaginário.
O sonho é uma sebenta branca e virgem,
louca por ser invadida e penetrada por carvão.
O rabisco é uma dose farta de preliminares.
Adoro e sou doido por preliminares.
Um risco, outro risco, os dedos e a folha,
apagar, soprar, voltar a riscar, um mundo!
As linhas são um pouco de toda a carne,
todo o corpo em que desenho e cheiro.
Esse cheiro que me domina é arte.
Adoro arte por definir e, o toque dos dedos.
A tinta, húmida e escorregadia, excita-me.
Faz-me sentir o toque de uma forma superior,
faz-me soltar sons que não controlo. E gosto!
Sou viciado no toque que só a arte me dá!
Sou louco pela tela do corpo humano,
nos seios que me confundem até secar.
Seco os lábios sem saber porquê.
Perdem-se as mãos e os dedos pelo corpo,
pelo arrepio de alguma coisa que me torna doido.
Não vivo sem esta loucura luxúriante.
Todos os impossíveis deixam de esixtir neste momento.
Rabisco, desenho e pinto uma obra minha.
Só a minha tela acabada, entrega o meu cheiro.
Só o meu derrame torna a vida em embaraço.
Só os meus espasmos me renovam a vida.
Quero mais telas limpas, dedicadas e exclusivas.
Só sei pintar uma tela de cada vez.
Mas pintar é preciso.
Preciso pintar o que sinto.
03FEVEREIRO2014
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