Se o meu cérebro parar,
o colapso vira espuma do mar.
Viro germe aquático sem esqueleto,
alimento a fúria da fome natural.
Quero a cinza espalhada,
sem margens que me circundem.
Não quero ver terra ao perto,
não quero ver gente próximo,
não quero ver absolutamente nada.
Aliás já não o farei, naturalmente impedido
pelo aconchego da urna que me aquece.
Verei tudo de forma diferente.
Verei pelo cheiro e pela alma.
Verei a vibração da honestidade.
Não é triste o final, não pode ser.
Porque parto, será viagem.
Será um rumo indiferenciado.
Haverá sempre um momento certo,
luxuriante, como o ofício do tempo.
As imagens e as memórias já existem.
Não há tristeza por partir.
Há muito que o espero.
Quero conhecer tudo, tudo,
tudo aquilo que não direi também.
Tudo faz parte de mim.
Com toda a indiferença termino,
para quem goste ou não,
apenas parto.
A vida continua.
A vida continua sempre!
05FEVEREIRO2014
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