domingo, 7 de fevereiro de 2016

O AMOR NÃO ACABA NAS PALAVRAS






Fiquei com as palavras,
Que ainda ficaram presas
Quando percebi que não errei.
Há tanto tempo estão presas
Que os erros me avivam a memória.
Desde que me lembro,
Escrever não é saudável
Quando queremos dizer tudo.
Tudo fica preso, só porque sim.
Escrevia um mar de volumes
Sem encadernar nem editar,
Sem pensar em guardá-los
Apenas para sair tudo
O que não sai naturalmente.
Não rescindo da verdade!
Não sei fingir a verdade!
As palavras, acumulam
Pelos minutos, horas e dias
Que vou acumulando
Até um fim certo pouco desejado.
Rasgava o fingimento
Em tantos pedaços quantos pudesse.
Fingir, por arte nobre sim.
Quero teatro e pintura
E música e leitura, mas não o resto...
Escrever é continuar e dizer tudo.
Comigo, é a indecisão da vida,
A penalização do ferimento
A cicatriz nunca sarada
O bajular quem não merece
Por palavras; diretas e simples.
Sei que fere, que rasga, que é assim,
Mas não me engasgo na indiferença.
Espalhar o céu e o mar,
Os tons e sons das cores que sinto
É consumir o oxigénio necessário
Para em rumo quase certo. Seguir!
Instinto não é política. É ser EU.
Adorava enganar-me mais vezes,
Tenho este azar de acertar sempre.
Fica deliberado aqui,
Certificado em selo branco,
Que o amor não tem fim,
Mesmo acabado por defeito.
O mundo está cheio de tanto;
De tanta razão para amar.
E eu amo!
Porque sou assim!


07FEVEREIRO2016



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