Hoje era dia para saltar no vazio de um precipício.
Sem asas, sem medo, sem intenção de morrer.
Acho que as sensações fortes, são precisas,
Tão amiúde como a proporção necessária,
Só reconhecível por falta de outras sensações.
É como fazer amor, um orgasmo grandioso,
Um voo intenso, um girar da alma de forma intensa,
A perda da lógica por momentos. Pleno prazer.
Queria que acontecesse, tal como um sonho,
Rápido, mas com uma sensação de tempo imenso.
Saltar no vazio é uma forma de rejuvenescimento.
Programado e definido para puro gozo do momento,
Não quero pensar em suicídio, pois o prazer,
Se o houver é limitado a uma ocasião.
Não quero isso. Quero o infinito alcançável
Por etapas criadas conscientemente por mim.
Quero sentir e partilhar o voo da alma.
O voo do corpo é restrito à sensação efémera,
Aos poros que arrepiam a pele, ao frio,
A todas essas coisas que o ser humano tem.
O objectivo é outro! É o interior.
O voo de um Eu diferente, que sente de leve,
Que vagueia e controla o voo por inteiro.
Começo por meditar e viajar por mim.
Todos os voos são diferentes, são necessários,
Imprescindíveis ao meu equilíbrio humano.
Gosto de ser o outro Eu. O que voa sozinho.
Só preciso de encontrar um bom local,
Um belo e estonteante precipicio para saltar!
21MAIO2015
Este é triste! Bem escrito mas triste!
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