terça-feira, 8 de abril de 2014

ENCONTRO



Foi tão perto o encontro.
Uma voz que reconheci,
sem reconhecer o corpo.
Foi um cheiro que passou por mim,
foi um som de passos lestos,
foi uma qualquer coisa,
que me fez olhar para ti.
Foi o crepitar das folhas nas árvores,
o piar dos pássaros entusiasmados,
ou até absolutamente nada.
Foi o toque de ombro,
um pedido de desculpa,
um nó na garganta,
e um olhar outra vez.
Um encontro casual,
um destino desmarcado,
um olhar dentro de ti.
Foi a saudade de mim próprio,
a conquista de mais um lugar, em mim,
uma viagem alucinante por segundos.
Foi a vontade de te tocar outra vez.
Foi a vontade de ouvir a tua voz.
Foi a vontade de não saber o que quero.
De repente tudo se altera num segundo.
O mundo gira ao contrário,
o relógio gira em sentido inverso,
procuro desesperadamente o passado.
Este passado recente. Aquele toque.
Olhar dentro dos teus olhos,
conhecer-te desde a eternidade.
Um som, ouvir-te dizer uma palavra,
e cheirar-te, vestida de céu estrelado
numa noite sem nuvens,
num descampado, no silêncio da noite.
Foi tão perto o encontro,
e acordando, te perdi.


08ABRIL2014



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