sexta-feira, 7 de junho de 2013

ESQUECER QUE EXISTO




Quando me esqueci que existia,
nada se apagou da minha memoria.
Fiquei apatico apenas por momentos,
enquanto gozei esta nova sensacao,
ao levitar sem gravidade, dentro de mim.
Ha um toque do divino, seja ele o que for,
quando parto do corpo... um prazer unico.
Tudo aquilo que toco, me excita.
Tudo me parece ter o tacto do veludo,
da agua, de um vazio que se sente.
Flutuar assim, torna-se indiscritivel,
apesar de tentar partilhar a felicidade.
Sem apagar memorias, nestes momentos
esqueco-me de tudo, de todos, ate de mim.
Os misterios, existem sem qualquer duvida,
ficando-me apenas a duvida, se sera sonho.
Nao quero saber absolutamente de mais nada,
se sera sonho ou nao, quando "parto".
A natureza, as imagens que vemos no real,
sao uma copia editada e melhorada disto.
Sao o brinde terreno dos que nao pensam,
sao o regozijo dos que apenas sentem.
Prefiro ser utilizador das duas vertentes.
Ganho e conquisto previlegios internos,
deslumbres como qualquer outro mortal.
Mas a alma alimenta-se, e agradece.
Preciso dos momentos em que saio daqui.
Voltar a ser o que fui e voltarei a ser,
depois de esgotar um qualquer motivo
que me transformou em mim proprio.
Ha memorias que ficam com o corpo,
a alma renova-se ao renascer de novo,
aqui fica apenas o involucro que uso.
Deixo apenas memoria de personalidade,
quando realmente chegar a hora definitiva,
esquecer que apenas existo, e "partir".
Voltar ao meu estado embrionario.


07 JUNHO 2013
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