Tem dias em que acordo assim.
Isolado, envolvido numa redoma de vidro.
A liberdade existe, confinada e ficticia.
A transparencia nao passa de ilusao.
O vidro tal como preconconceitos,
mantenho inconformado, alerta.
E nao saio, nao consigo sair
e torno-me liquido vermelho.
Mesmo esperneando, a redoma fica,
dividida, partida ou temporaria.
O amanhecer e o que atrai a vida.
Ao abrir os olhos, ainda na redoma,
o sorriso nasce, ilusorio, no desejo das cores...
Refraccao de luz apenas. A redoma,
essa, mesmo transparente, prende-me.
Sao muros que galgo diariamente.
As forcas variam, como os dias.
Toda esta sensacao se esvai,
apenas num espreguicar de bracos.
Partir a redoma faz parte de uma rotina.
O ritual do acordar, reanimar os sentidos.
Ja nao parto a redoma, desvia-se,
tem de me dar espaco, imenso espaco.
O centro expande-se como o sangue,
o mundo retoma o papel do vidro,
o sol traz-me o sorriso que so eu sei.
Renascer todos os dias, adaptar
o bom senso que me ameaca em partir.
Seguir rituais, seguir rotinas,
seguir tudo o que ultrapasse o nada!
06 JUNHO 2013
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