quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

GOTA DE ÁGUA




Se me assaltarem a Alma,
sem razão aparente, 
serei deserto ondulado,
por ventos que já não sopram, 
seco, como pele gretada queimada, 
mas sempre, ponto de partida. 
Os oásis que salvam, 
são miragens onde posso viver sonhos,
acordado, ou por caminhos sem regresso. 
A aridez, é violenta e sádica, 
sem misericórdia às possível dúvidas
caminhos que não sei onde começam, 
que não sei onde acabam. 
Basta um pouco de vida. 
Basta o ínfimo numero possível, 
logo o milagre (re)acontece. 
A gota de água, 
todos os processos químicos 
imagináveis na viagem da gota de água.
A minha salvação.
Previamente desiludida,
 
esta capacidade  que prova,
a eficácia e o poder do ínfimo.
A simplicidade!

"Elevada" ao mínimo possível, 
o que nos salva...
Os elementos, são agrestes, 

alimentam-se do mal alheio e, 
à mais fraca reacção e resistência,
é determinante a preguiça de Deus.
Alucinante é a fraqueza metafísica,
misturada com a força do mistério.
Basta uma gota de água. 

E a vida (re)nasce!

31DEZEMBRO2014

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