É nos jardins que caço.
Perseguir pássaros.
Um olhar, ligeiro,
O cheiro do poder.
Caçar um pássaro.
Caçar um voo fantástico.
Não é preciso matar.
Apenas caçar, olhando.
Troquei a realidade,
O pássaro e, eu.
Apenas os dois,
Isolados, o vácuo,
Um mundo, nosso, virtual.
Ficaram rastos,
Os encalços, os desvios.
Mudanças de rumo,
A liberdade do voo.
Gravei os rastos. Todos.
Fica uma linha néon,
Sem parasitas por perto,
Sem motivos de fundo.
O eu e o breu,
O espaço e os pássaros.
Desenhos, abstratos,
Loucos,
Voos loucos.
Esboços pintados a néon.
Descontinuei os rastos,
Alternei as cores,
E soprei.
Soprei como louco,
Até me faltar o fôlego.
É divino sentir.
O bater das asas.
O poder da liberdade.
O rumo próprio.
Preencher uma tela,
Virtual, com cores.
Néons virtuais, tão reais.
Acordar com um beijo.
O beijo do pássaro.
Acordei. Acho...
Serei eu livre,
Sempre e enquanto,
Puder sonhar assim.
18DEZEMBRO2014
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