Arrefeci no tempo.
Uma parcela de mim muda,
como mudam todas as outras,
como muda, enfim, o tempo.
Já acusei o pólen na Primavera,
O calor excessivo no Verão.
Idolatrei as cores do Outono,
acusei a chuva e o frio do Inverno.
Não são apenas Estações,
Ritmos e rituais da natureza.
Sou eu. Natural e imprevisível.
Sei que faço parte. Eu sei que sim!
Sei o que muda. O que mudo.
Sei o que me cala.
Sei o que me faz gritar.
Sei o sal das lágrimas,
Sei o brilho do sorriso.
A Harmonia é derivada,
consumida e projectada.
Seria tão fácil recriar a vida.
Um abrir e fechar portas,
e escorregar, e cair, e levantar.
Sou feito por parcelas homogénias,
por permissas e metades certas.
Deixem-me completar o vazio!
Calibrar o divino e o espaço.
Sei a dedicação e esforço intensos,
por um beijo, uma festa e um sorriso.
O meu relógio biológico não pára.
O meu cérebro corre e abusa do tempo.
O meu corpo cai, perde-se, mas vive.
Aquecê-lo, torna-me lento.
Só ocupando o pensamento,
consigo ultrapassar o aborrecimento.
E esqueço. Esqueço tudo!
Quase tudo o que me atrasa a alma.
Esta é a minha alma, a que perdura,
a que verá um corpo ultrapassável e inerte.
A felicidade é simples!
Complicado é encontrá-la.
Deixem partir os corpos em sossego,
as nuvens já estão carregadas de almas.
O céu arruma o resto do mundo,
circunscreve-o num círculo,
numa redoma quase eterna. Mas frágil!
O calor e o frio regulam a vida.
O tempo regula tudo,
do meu corpo á minha alma.
25JUNHO2014
Deixem partir os corpos,
ResponderEliminaras nuvens estão carregadas de almas.
Simplesmente grandioso!
Parabéns amigo.
Grande beijo Mel.
EliminarO tempo regula tudo.
ResponderEliminarGostei!
Fico contente por isso, Maria Sampaio! Obg
Eliminar