domingo, 22 de junho de 2014

MEMÓRIA




Sobra-me tempo!
Aquele resto que falta.
Quero memorizar!
No fundo da Alma.
Quero levar comigo,
cheiros, sons e saudade.
Fotografias.
Tudo passa como isso,
várias fotos de um álbum.
Folha por folha.
Pixel por pixel.
Falta-me o tempo!
Consigo apagar tudo,
menos a memória.
De tudo!
Consigo parar e pensar.
Relembrar. Sorrir e chorar.
Consigo tudo o que quero.
Até fingir que amo!
Só amo o sangue.
O meu sangue.
Não o que palpito,
que me dá vida ao corpo.
O meu sangue,
a minha alma disfarçada.
O meu sangue,
o que me faz viver.
Não vivo! Morri vivo.
Tanta vez eu renasci.
Sobra-me tempo!
Falta-me tempo!
Há um abismo cruel.
Roubei a luz do Sol.
Um feixe.
Apenas o que me basta,
para iluminar a minha noite.
Sobra-me de tudo!
Falta-me de tudo!


22JUNHO2014

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