quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PURGATORIO


Como sabe bem...
Abrir a janela ao acordar,
respirar em golfadas de ar,
o fresco que me enche o peito.
Purificar o meu sangue,
senti-lo circular feliz,
em correria desenfreada,
de bons momentos.
Sentir o corpo agradecido...

Olho tons do ceu,
o irrequieto do mar,
o meu reflexo.
A serenidade facil,
da paz que me rodeia.

Sinto o sangue nervoso,
num repente pulsar incerto,
que me altera o pensamento.
Entrega-me a ansiedade.
Fico espantado.
Com vergonha de reclamar,
o mais ainda, que ja tenho.

Alegria esvai-se em segundos,
na tristeza que me conquista.
Sinto os limiares da pobreza,
e de tanta gente triste.

Respiro mais fundo ainda.
Temo o panico,
que me entrega,
este meu Purgatorio.

Tenho ganas de me afogar,
nesta paz, que por tanto a querer,
nao consigo entregar de volta.

Tenho de fechar a janela.
Deixar de respirar este ar podre.
Voltar as costas,
como todos os outros.
Em cobardia individual...
sem encontrar solucoes.

Espero acordar depressa.
Acordar deste mau estar,
que pensei ser sonho,
mas se tornou suave,
em pesadelo imenso.

Quero acordar...
Voltar ao meu mundo.
Voltar a ser feliz.


08 Fevereiro 2012

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