quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O GRITO

Hoje tropecei ao encontro do nada.
Cai sem aparato, no sossego de um chao aveludado,.
Um chao onde muitos caem, onde o habito amolece.
Nem fico de anseios de partir, nem de movimento.
Fico relegado ao sentimento que nem por isso sei...
Gosto de pensar nas diversidades.
No desalinhamento constante dos habitos.
Espicacar o trivial, para que o desuso se renove.
Apetece-me chegar ali ao fundo...
Aquela montanha que vejo... e escalar a encosta.
Cheirar a diversidade vegetariana, em cortes e golpes
que as giestas em vinganca, teimam em me cravar bracos e pernas.
Sobrevivo, mais vivo ainda.
O ardor... a dor anima e rejuvenesce o sentimento.
Escorrego, raspo as maos e os bracos.
Pequenos rasgos de pele com uns tons vermelhos assumados,
dao-me de presente uma imagem de vida em mim.
Estou vivo... o sangue circula e sai.
As pedras rebolam encosta abaixo,
e no meio de uma poeirada imensa
ai esta quando senao, chego ao cume da serra.
A minha meta...
Um encher fantastico, da minha cavidade toraxica,
renova-me o poder das sensacoes.
Expelir ares usados, inspirar o bem que me sabe.
De novo me lembro o porque de todo este esforco.
O chegar ao alto.
O conquistar um pouco do mundo, que e so meu.
Agora sim e a minha vez...
A minha vez de gritar com o mundo.
Daqui do alto...
Olho a toda a volta, o tudo que me rodeia.
Do nascente ao poente,
e ate aos antipodas do horizonte.
Sento-me de cocoras, na minha forma fetal.
Salto de um todo de pernas e bracos abertos,
em extencao do cume desta serra.
E grito...
PAZ!
QUERO PAZ!
QUERO PAZ NO MUNDO!
Deixem-me viver descansado.


22 Fevereiro 2012

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