sábado, 18 de fevereiro de 2012

O NEVOEIRO



Estranho a nevoa...
de manha ao cheirar o ar.
Fresca, aspera e obscura.
Mas o cheiro... e bom!
Puro, maduro... e frescura.

Cheira como a tua pele,
a que eu sinto e nao vejo.
A tua silhueta,
como miragem,
ao romper do dia.

Imagino em remoinhos,
o nevoeiro que te cerca.
No ar que tu tocas,
no teu passo certo.
Parece vapor e nao frio.

A nevoa... o vapor,
eu ja me arrepio,
ja nao sei se e calor,
o que antes era frio.

Vejo-te nua, de frente
sem complexos em mim..
O sol torne em sombra,
que eu agarro assim,
mas... desapareces.

Agarro-me a nada...
ao esvair da tua imagem,
sozinha e perdida,
voltas a estrada,
e segues viagem.

Sigo-te em sonho.

Abraco o teu tronco,
aperto-te em mim,
um beijo ja pouco,
teu cheiro... eu louco,
te penetro assim.

O nevoeiro voltou...
cobriu-nos os corpos,
tapados ficamos...
cansados... aqui.

Corremos os montes,
a tristeza dos outros,
que nao temos de nos.

O infinito de um beijo,
quebrou o dilema,
se nevoa e quente,
ou frio o poema.

Ficaste comigo,
e o nevoeiro...
e mais um amigo.

18 Fevereiro 2012

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