Tenho vergonha da Humanidade!
Vejo o revés da lógica,
Num mar desinteressado.
Uma criança morta.
O infortúnio de estar vivo;
De não saber porquê
Por ser criança.
Uma outra criança.
O sabor do sal,
O respirar a água.
Afogamento!!!!!!!!
Fuzilamos com água,
Desmembrados em inércia.
E viramos a cara,
Com vergonha!
Falamos muito.
Falamos muito.
Criticamos veementes,
Contra todos os outros
Que somos nós.
Perco a força, nesta imagem.
Perco o futuro credível,
Vivendo globalizado,
Cru, frio e anedótico.
É o reverso da medalha,
Molde podre da moeda,
Cunhada até à exterminação.
Somos todos culpados!
Somos os eleitores que escolhem,
Com a podridão da indiferença.
Há imagens que ficam!
Quando somos crianças,
Quando amamos ilimitadamente,
Com a inocência devida.
Há imagens que ficam!
Quando falamos pouco,
Quando criticamos egocêntricos,
Com tanto grito ignorado.
Há a imagem que fica!
Há uma criança afogada,
De um mundo podre,
De uma raça maldita!
Morreu a inocência!
03SETEMBRO2015
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