quinta-feira, 3 de setembro de 2015

MORREU A INOCÊNCIA




Tenho vergonha da Humanidade!
Vejo o revés da lógica,
Num mar desinteressado.

Uma criança morta.

O infortúnio de estar vivo;
De não saber porquê
Por ser criança.
Uma outra criança.

O sabor do sal,
O respirar a água.
Afogamento!!!!!!!!

Fuzilamos com água,
Desmembrados em inércia.
E viramos a cara,
Com vergonha!

Falamos muito.
Falamos muito.
Criticamos veementes,
Contra todos os outros
Que somos nós.

Perco a força, nesta imagem.
Perco o futuro credível,
Vivendo globalizado,
Cru, frio e anedótico.

É o reverso da medalha,
Molde podre da moeda,
Cunhada até à exterminação.

Somos todos culpados!

Somos os eleitores que escolhem,
Com a podridão da indiferença.

Há imagens que ficam!
Quando somos crianças,
Quando amamos ilimitadamente,
Com a inocência devida.

Há imagens que ficam!
Quando falamos pouco,
Quando criticamos egocêntricos,
Com tanto grito ignorado.

Há a imagem que fica!
Há uma criança afogada,
De um mundo podre,
De uma raça maldita!

Morreu a inocência!


03SETEMBRO2015

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