Um dia, redescobri a ilusão.
Foi estranho!
Já não acreditava em sonhos,
em pessoas e sentimentos.
Adaptei-me aonos seguidos,
à apreciação do Mundo,
das pequenas coisas simples,
das Artes e da felicidade própria.
Acordei um dia, enganado.
Senti na pele um tempo grato,
acreditei que afinal era teimosia.
Teimosia minha em não acreditar.
Passaram alguns anos,
o acreditar retornou à velha teimosia.
Há pessoas boas, sem dúvida que as há!
Boas para uns, más para outros.
A minha entrega é um abismo,
onde sempre caio redondo no vácuo.
Tenho pena!
Tenho pena de ter sonhado.
Tenho pena de ser usado.
Acima de tudo não tenho pena de mim.
Incrívelmente sinto-me feliz.
Sinto-me feliz por ser assim.
Mas tenho pena!
Tenho pena da desilusão.
Tenho pena de quem me desiludiu.
Tanto!
Tanto! Tanto!
A colecção de cicatrizes cresce,
maiores, mais lassas e difíceis de sarar.
Mas saram!
Foi estranha esta ilusão.
Acreditei!
Tanto!
Tanto! Tanto!
Se me chamares de desgraça,
mira-te ao espelho!
Pára e pensa, sózinha
quando desces desse pódium de nada!
Tenho pena.
Tenho pena de ti!
20AGOSTO2014
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