Nunca imaginei a vida assim.
Estou metido numa caixa herméticamente fechada,
sem rasgos nem falhas. Sem um fio de luz.
Estou cego. Estou no meio da escuridão,
como um carnaval de gente exausta.
A fraqueza é indiferente à vontade que sinto.
Que parafrenália de sentimentos misturados!
Quero partir, quero ficar. Quero decisão!
A que não tomo, mas que afinal está tomada.
Não há ecos às minhas palavras.
As paredes absorvem o silêncio.
Que mérda de vida esta.
Que mistura louca de bem e mal.
Ás vezes apetece-me o mar. Todo!
Ficar lá dentro. Sem retorno.
Hoje que estou maravilhado com a vida,
esventro-me da liberdade que sei usar.
Não estou louco. Não estou perdido.
Estou desiludido com o desperdício da felicidade.
Humano. Deixem-me rir, só sairá gargalhada.
Se sorrir neste momento, será uma máscara,
falsa, tão falsa como todas as máscaras.
Não sou actor. Não suporto risos mesquinhos.
Não entendo o sorriso que só aparente felicidade.
Orgulhosa e inexistente. A Imagem!
A mérda da imagem, que nos corrói a solidão.
Só a imagem alimenta uma qualquer esperança,
de quem quer ser o que foi e, já não é.
Aparências e recusas orgulhosas. Silêncios tristes.
De noite, choras sózinha o orgulho da dúvida.
És vida sim! Imaculada num véu esfarrapado. Por ti.
A insónia é acutilante. Ferra-me o veneno da noite.
Não é isto que sou. Não é isto...
Nunca imaginei a vida assim!
10AGOSTO2014
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