sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

SACRIFÍCIO




Nem tudo me remenda por dentro.
Por fora, a descontinuidade da pele,
tem tendência alucinante em envelhecer.
Poderei um dia contar os anos,
como contam os anos das árvores.
A pressão é um desafio, sem sacrifício,
sempre que me lembro do passado.
Fica a motivação da vida. Da memória,
até que o mal se torne edificante. E bom!
Sacrificar a memória, traz as rugas
da idade, dramatizada, iluminada
por todas as frestas por remendar.
Tudo se acumula no espaço e no tempo.
A tendência é realmente para melhorar.
Seguir uma lógica intermédia,
enquadrando as peças que se encaixam.
Há dádivas adquiridas pela inteligência.
Só me incomoda o desconhecido.
Não por falta de curiosidade,
mas pelo desafio da falta de tempo e,
por todas as opções por fazer.
Sacríficio. Nem sempre é doloroso,
mesmo quando o final, não sendo feliz,
preenche as pequenas permissas,
incompletas por falta de conhecimento.
Tudo funciona como um leilão.
Mais valioso será o abstrato.
Talvez o desconhecido me converta,
possívelmente na presença da desilusão.
Organizar os remédios da alma,
é caminho estranho e desumano.
Nenhum sacrifício se define,
pela dor simples do corpo.
Por fora, a imagem que fica.
Por dentro, a felicidade procurada.
O resto, é tão subjectivo como imediato.
Tão efémero! Assim como as flores,
que se renovam entre a vida e a morte.
Preço de uma imagem atraente.
Fica o mundo para nos confundir.
Depois disto, fico confuso.
Vivo eu no real? Num outro lado?
Por aqui, estou bem!

10JANEIRO2014

Sem comentários:

Enviar um comentário