terça-feira, 14 de janeiro de 2014

LONDRES





Apesar de tudo, enriqueço
com as cores e cheiros da cidade.
Das cidades que me lembro,
e desta cidade que absorvo vivo.
Nada me diz o betão encavalitado.
Apenas o habitáculo e a curiosidade,
podem interpretar a importância.
Só opções e escolhas.
Curiosas são as mentes criativas,
arquitectam e edificam a permanência.
Curioso fico eu, com leituras hipotéticas de futuro.
Leio hoje o passado e enriqueço facilmente.
Bastam pequenos pedaços de história urbana,
a interligação de elos. Pro actividade.
Uma relação humana intensa.
Ao pensar nas gerações ultrapassadas,
tudo gira mecanicamente.
Premeditadamente organizado.
Só a desorganização cria a ordem.
Tudo isto me enriquece. A forma.
O contexto da cumplicidade.
Há uma lufada de ar em cada sorriso,
um rejuvenescer de vida em cada criança,
a alegria da vida não existe só por estar vivo.
As cores acordam-me da indiferença,
como cheiros acordam outros sentidos.
Há uma mescla de actividade conjunta,
o cosmopolismo inevitável no mundo.
Enriqueço nesta cidade fantástica,
enriqueço com saudade indígena.
Ofereces-me quase tudo,
a oxigenação da alma,
porque me dás a Arte.

14JANEIRO2014


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