Estranho a nevoa...
de manha ao cheirar o ar.
Fresca, aspera e obscura.
Mas o cheiro... e bom!
Puro, maduro... e frescura.
Cheira como a tua pele,
a que eu sinto e nao vejo.
A tua silhueta,
como miragem,
ao romper do dia.
Imagino em remoinhos,
o nevoeiro que te cerca.
No ar que tu tocas,
no teu passo certo.
Parece vapor e nao frio.
A nevoa... o vapor,
eu ja me arrepio,
ja nao sei se e calor,
o que antes era frio.
Vejo-te nua, de frente
sem complexos em mim..
O sol torne em sombra,
que eu agarro assim,
mas... desapareces.
Agarro-me a nada...
ao esvair da tua imagem,
sozinha e perdida,
voltas a estrada,
e segues viagem.
Sigo-te em sonho.
Abraco o teu tronco,
aperto-te em mim,
um beijo ja pouco,
teu cheiro... eu louco,
te penetro assim.
O nevoeiro voltou...
cobriu-nos os corpos,
tapados ficamos...
cansados... aqui.
Corremos os montes,
a tristeza dos outros,
que nao temos de nos.
O infinito de um beijo,
quebrou o dilema,
se nevoa e quente,
ou frio o poema.
Ficaste comigo,
e o nevoeiro...
e mais um amigo.
18 Fevereiro 2012