sábado, 1 de julho de 2017

UM POUCO DE DEUS





Ter um mar imenso
Neste olhar vazio,
Mais perto do silêncio
Que de mim próprio,
Não é acaso.
A mistura de cor,
É mágica no horizonte.
Azul do imenso espaço,
Azul de um mar qualquer.
E eu, nano proporcional
A uma grandeza mística
Impossível de alcançar.
Sobra a fé
Os locais de culto
E o que me apetece pensar.
É sentir!
É apenas sentir que
Sou um pedaço da criação
Da razão incógnita de ser,
Porque fui eleito invólucro
De uma Alma que me cansa.
O corpo pouco importa,
Tem esta estupidez
Chamada de sensação,
Onde o fantástico,
Se mistura com dor.
É aí que aponto o dedo.
Aponto o dedo ao horizonte
Exactamente a uma linha,
Imaginária, que separa os azuis.
O dedo sente, como eu
Um "efeito borboleta"
Que me amaina o impreciso.
Se me deitar agora,
O filme gravado pela Alma
Não pára e cresce ainda mais
Para uma grande produção
Interna, megalítica, mística
Que me relega a um ponto
No meio deste círculo.
Assim sou Eu,
Um pouco de Deus!



01JULHO2017

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