domingo, 2 de julho de 2017

MULTIDÃO INDECIFRÁVEL







Reparei nos lábios das pessoas
Que passaram por mim
Durante uns minutos.
Tentar entender a complexidade
Não é tarefa fácil para curiosos.
Todo o mecanismo do meu corpo,
Dos outros corpos, indivíduos,
Grupos, civilizações, etc
É drástico, se pensar em resultados.
A procura é infindável
Um infinito pleno, sem resultado.
Ser corpo, ser carne e espírito
Ser amigo, amante, pai, mãe e nada,
São pormenores desta moldura viva.
Tenho esta irrevogável sensação
De ser uma marionete, ou programa
De um jogo mais que avançado,
Onde o ser génio, já não é genialidade.
Os adjectivos são imensos,
Quase todos aplicáveis
Por esta linguagem matemática,
Que é a certeza de existir.
Queria ser quântico,
Poder esterilizar o mal
De forma irreversível.
Explorar e alterar a Criação...
Queria tanta coisa. Querer,
Querer é poder, por esperança.
Os lábios, falavam enquanto
A multidão incontável,
Ondulava ao nível da minha vista.
É um espectáculo peculiar!
É algo de não copiável
Que o momento proporciona.
Só as cabeças, cabelos, chapéus,
Adereços, carecas, rastas,
Homens, mulheres e crianças...
Um mar de movimento,
Um aglomerado quantitativo
Sem me transmitir qualidade.
Apenas curiosidade.
E é curioso, como os corpos
Tão mecanizados interiormente
Processam atitudes tão frágeis,
Doces, ambíguas, perversas...
O que tentei ver, debalde,
Sem glória, era algo de diferente.
O perigo, escondido na Alma
Que fosse possível interpretar.
Não é possível sem olhar os olhos.
Somos uma raça animal,
multiplicada por manipulação.
Um jogo dos Deuses.
Só as crianças me entendem!



01JULHO2017

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