Pesam as pedras já soltas,
Em avolumar de nuvens
Como alicerces compostos,
Que me pesam a alma vazia.
É a indecente ilusão
Dos ramos remexidos pelo vento
Onde me distraio no movimento
De tantas sombras sem senso.
Lá ao longe, o esvoaçar dos corvos,
Quase um encontro com terra firme,
Para poder escolher o passo certo
De uma corrida desenfreada pelo Tempo.
As pedras encaixam umas com as outras,
Em abraços que as seguram sem grande mestria.
Interessa sim o rigor quase garantido
De uma beleza quase indiscritível
Alimentada pelo grasnar de liberdade pura
Sem contagem de habilitações próprias,
Senão a sensação inata não adquirida.
Só a fúria do vento é imprecisa,
Como carecem as tempestades de maior calma.
É este o meu Castelo,
Compulsivo de sobrancerias sem um valor real.
É a fragilidade da construção que dita os pontos de fuga,
Que as muralhas defendem até à exaustão.
A alma está lá no topo,
Como uma pena camuflada
Que aproveita a boleia do voo dos corvos.
É a inteligência liberta que voa,
A liberdade feliz de uma alma quase perdida que se reconstrói
Ao sabor da razão.
As Muralhas Também Caem,
Basta que as Almas partam,
E o grasnar liberto dos corvos
Os eleve no voo de uma liberdade contagiante.
Este meu Castelo está tão forte como solto,
As minhas muralhas são de nuvens.
03AGOSTO2016