Sinto este cheiro a ruas gastas,
Pequenas coisas e, passado.
Amar o que amei, não sei
Só sei o que os passeios sabem,
Os anos que ouviram caladas,
Tantas guitarras e tantos fados.
As palavras que pensei,
Nos séculos disfarçados,
Num peito entusiasmado,
Onde tudo é afinal tão simples.
Sei que os pregões me calaram,
Me adormeceram a vida,
Onde me encosto emocionado,
Nesses fados que ouvi cantar.
Vivo estes poemas assim,
Como que cantados na alma,
Chorar chorei, como foi dito
E calei em todos os passos,
Nas calçadas desenhadas,
As dores desta pequena vida.
Só sei ouvir esta loucura,
Quando o eco é do basalto,
Das carroças que ainda passam,
Ao que soam os meus passos,
Que me afinaram a vida,
Nas guitarras tresmalhadas,
Numa qualquer calçada,
Onde vivem as ruelas,
Que cantam o meu fado.
A saudade é forte e é triste,
Tal como a saudade deve ser.
É por ti que o fado chora,
E a varina canta agora,
Este poema por mim falado.
Canto-te a alma,
Choro-te a saudade,
Porque não haveria fado
Sem que a tua alma,
Fosse alarde,
E esse, a minha vida.
20ABRIL2016
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