De nada em nada,
De estrada em estrada,
Um juízo primário,
Um bafo de vento,
O som das ramagens
E as árvores que gemem.
Um sussurro surdo.
Talvez só eu oiça,
Um grito ingénuo,
Uma birra de miúdo.
Um placard alucinante
As cores que vendem
Os objectos abjectos,
A publicidade impotente.
Tanta gente!
Tanta miséria disfarçada,
Um paga que paga,
Mas que não paga nada.
Um tudo se resolve,
Uma criança por crescer,
E o nada que é nada,
Que continua a crescer...
Porque o nada cresce,
Sem fim, ou antever.
As necessidades.
Básicas e pecaminosas,
Arestas de florestas
Fogos impostos,
Alegorias de vida.
Um clamor intenso,
Um tesão imenso,
E eu apaixonado agora.
Quero tudo o que era nada,
Porque o nada era meu.
Proprietário de nadas,
Encantado pelo sustento,
E as crianças que gritam,
Tio,
Tio,
És o melhor tio do Mundo!!!!!!
E choro. Choro a felicidade
Que me foge pela saudade.
Meu Deus, o tanto que falo,
Que a loucura é o Mundo.
Apesar da minha idade,
Já nem canto porque calo,
Mas soa este eco,
De um som e amor profundos.
Amor e amar,
Um tema elementar!
Está vincado,
Gravado e certo,
Pela certeza concreta,
De que o amor;
É a salvação do Mundo!
Se for preciso
Ajudar,
Eu ajudo!
03ABRIL2016
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