quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

HOJE

Hoje o acordar foi estranho, como tantos outros.
Ainda me sinto envolvido e desfocado dos sonhos.
Não tenho a certeza, se vivo a realidade;
Não percebi ainda se acordei a verdade.

Finjo que estou absorvido em felicidade,
Actor que fosse, represento a vontade.
Uma vontade que está por chegar.
Uma realidade que me faz sonhar.

Se meditar na triste ou boa hora,
Sinto cheiros de um jardim encantado,
Alegoria é sentimento que me adora,
sem intensidade alguma no meu pecado.

Mais um dia, uma hora e por um minuto,
entrego-me a pensamentos sem nexo,
não reconheço em tanta forma esse fruto,
Só não me entendo. Eu sei que sou complexo.

Ainda não percebi este acordar,
se hoje existe, ou até se escrevo,
melhor seria continuar a sonhar,
pois acordar já não me atrevo.

Tenho estas paixões seguidas de mim,
que procuro, que aparecem e me perseguem,
umas fogem por tão fácil, sem lhes ver fim,
outras para me atormentar, permanecem.

Quero mesmo que isto tenha um final.
Não tenho de viver para sempre amarrado.
No desleixo, se sentir algo terminal,
fugindo ao mundo, sentir-me-ei aliviado.

Sinto hoje o que não sentirei,
quando algo intenso mais aconteça,
acabar de vez com o que amei,
Começar a sentir, sem que o padeça.

É fácil abrir os olhos e olhar,
olhar o que outros olhos vêem,
para mim continuar, é também,
manter esta liberdade de sonhar.

Hoje é dia de sonhar o mundo,
Hoje é dia de ser real,
Hoje quero viver por um segundo.
Hoje, vou tentar ser normal.

29 Dezembro 2011

3 comentários:

  1. Adorei conhecer tuas palavras 'soltas pelos dedos'. Abraços poéticos, estéticos...patéticos. Da Jusseguidora.

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  2. Boa noite,

    a sua escrita é de uma qualidade fantástica, parabéns

    Abraço

    Carlos Val

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