sexta-feira, 30 de junho de 2017

PROVAR DE TI





Ao amar-me
Porque me amo,
Amo-te.
Fácil tão pouco
Simples o abraço
Paixão o beijo.
Dedos na pele
Lábios nos lábios
Teus, todos.
Provar em ti
A fonte,
A sede,
A minha sede.
Saciar-me!
Saciar-te!
Ter-te a pele
A sensação e
O peito aflito.
Aflição maravilhosa!
Ter-te
e
Seres tu!




30JUNHO2017

terça-feira, 27 de junho de 2017

O CHEIRO DO VAZIO





Cheira a vazio.
O vento é lento,
Eterno e desencontrado.
Nada permanece no mesmo lugar.
Aqui, onde estou,
Sentado e meio concentrado,
Não será por muito tempo.
Deito-me como me levanto
A manhã, tal como a noite
A estrada, tal como o mar,
Formas e misturas abstratas.
Basta pensar.
Fechar os olhos
Agitar a memória.
O vazio, cheiro inócuo,
É um ventre de vida
Poderoso e insignificante.
Insanável presença a minha,
Maleita de casualidades
Que consigo reverter.
Este vazio
Deixa de existir.
Tenho antídotos de sobra
Que me engelham as ideias.
Vou deslaçar as faltas
Com crescendos de luz.
Devagar,
Devagar que o corpo estranha.
Nada de pressas,
Velocidades e ânsias dementes.
O vazio evapora-se
Por entre os dedos.
Dentro da Alma,
O brilho, um ardor e
A paixão.
Renasço,
Outra vez!




27junho2017




terça-feira, 20 de junho de 2017

HOJE E ESTE POVO





Hoje
É como o calor.
Imenso,
Um sol indecifrável,
Impossível de ler
Uma onda de calor indiscritível.
Hoje
É a miséria do acreditar
Do crédito humano
Da Corrupção activa.
De um povo morto, sem razão.
Existe razão!
A razão da Besta.
O penar do disfarce
A atitude dos inadmissíveis.
Dói-me a Alma lusitana
A Alma que tenho impregnada
Neste corpo Luso.
Dói-me a frieza dos corruptos
A morte por dinheiro,
A diversidade fingida
De um futuro tão alcançável!
Fico mais que triste.
Tento não chegar ao ódio
Porque tenho crescido como Homem.
Não quero ódio, mesmo que
Tenha toda a razão para o usar
Porque é fácil essa desculpa.
Dói-me um país encapuçado.
Uma auréola pintada
Com um sabor saudável que não existe.
São mais umas cervejolas,
Um jogos de futebol
E uma visita Papal.
É triste !



20JUNHO2017

AMAR E SER CRIANÇA




Falámos de Arte.
Falei-te de Florença,
Falei-te de Vinci.
Falei-te de Pisa,
Falei-te de Roma.
Falámos de tanta coisa
Que as palavras ficaram
Como agulhas,
Que entram nas veias
E nos tratam a vida.
Quero falar de tanta coisa...
Neste momento,
Falar e escrever,
É uma dor imensa.
Não sei quando.
Só sorrio com os pequenos
As crianças que amo,
As outras que não conheço
Mas que amo tanto também.
Basta ser criança para amar.
Indiscriminadamente!
Como quero tanto ser criança.
A minha, que me habita
Percebe o que digo, enciumada.
Ser criança, não é fácil
Pode parecer mas não é fácil.
Eu sei!
Eu sei mesmo!
Não sei que diga,
Estou com os dedos mirrados,
Com a alma descompensada,
Com o cérebro atrofiado...
Mas a criança comanda.
E é isso que eu quero!
Ser comandado por uma criança,
Eu! Um outro eu, retirado
Mas não escondido.
A criança que me seria ser eu,
Que eu mereceria,
Que agora sou.
Esta é a razão do momento.
De uma vida ao minuto,
Com sonhos antecipados
De um futuro como o agora.
E amo,
E amo, porque sinto ser amado.
E é divino,
E é mais que divino!
E é aqui que acabo agora
Porque não me apetece nada da vida
Neste preciso momento,
Que seja sentir o amor.
E ser criança!



20JUNHO2017




sábado, 3 de junho de 2017

ATÉ JÁ!





Sabes,
Estou neste vazio
Entre a semente
E a raiz seca.
Perto da primeira,
Juntinho à segunda.
Os sorrisos...
Os abraços...
As conversas!

Sabes,
As árvores,
Têm aquele ciclo
Tão fascinante
Como tudo o que é fascinante.
Aquele momento,
Em que se semeia vida,
Que nasce um amor
Muito maior que quanto baste.

A Eternidade, nasce
Nunca morre, mas viaja
E tem intervalos.
És mais puro exemplo!

E as raízes,
Essas, crescem e vingam
Num terreno muito próprio
De ternura e afectos que,
Só tu sabes regar.
E a força nasce!
E as vidas nascem!

Um tronco, cheio de vidas
Ramificadas e fortes,
Sem abusos autorizados,
Nem outras coisas estranhas,
Onde só algumas flores,
Têm autorização de despontar.

És flor, a mãe das flores,
Foste e és o rebento
Que despontou tão devagar
Já com um pólen fértil
Que só a tua Beleza,
Tornou o mundo mais bonito.
É difícil conseguir isso!

Outras duas árvores,
Troncos, ramagens e
Futuras flores.
As flores, são frágeis
Daí serem de uma Beleza rara.

Se choro agora,
É da alegria que sinto
Quando penso na Amizade.
A tua e a minha.
Enquanto percorro tantos anos
(digo-te já que não consigo dormir),
De vidas misturadas,
De entradas e saídas,
E o amor que fomos.
E somos!

Tudo isto, é só uma nova rasteira
De um Tempo intemporal,
Insensível e cruel,
Que nos aproxima e afasta
Com estas memórias, recuperadas
Com Deja Vu que não entendemos,
Mas que, outros anjos
Como nós seremos,
Já foram antes e estão ali...

Estão mesmo ali, querida!
Basta levantar os dedos
Tentar tocar o Sol
Tão longe e tão perto
Que me queima as entranhas
De uma Alma que se desgasta
Que entristece com razão.

Claro que estou a falar contigo,
E sei que me ouves.
Ainda ouves, porra!
Claro que os anjos,
(conhecemos alguns)
Estão de braços abertos
E querem desesperados,
Aquele teu abraço
Tão único, tão só teu.

E o sorriso.
Ahhhh e aquele teu sorriso,
Complemento de força e motivação
Que só tu podes ser exemplo.

Todos sabemos.
Todos nós, estes "outros",
Paramos agora e,
Sonhamos acordados,
Com as imagens de uma vida
Que só uma pessoa consegue personalizar
Sem fingimentos e falsas entregas.

E sorrimos. Sorrimos sempre que
A tua face preenche o espaço do pensamento.
Não sabemos,
Mesmo que o quiséssemos,
Ver-te de outra forma.

Pensando bem, em "fast rewind"
Ninguém se te iguala!
Mesmo agora,
De frente para tudo
E para a Luz que existe.
(falámos nisso, na Luz)

Lembras-te?
Falámos na viagem
Que iniciei duas vezes
E retornei por medo e cobardia.
Só mesmo tu podias ter coragem!

Amamos-te sabes?!
Amo-te minha irmã!
E olha...
Espera por mim,
Porque um dia encontramo-nos!

Até já!



02JUNHO2017