quarta-feira, 8 de março de 2017

É O AMOR, ENQUANTO DURA





Trazer-te por dentro
É uma espécie de fermento
Cresces, e cresces, e cresces,
Até que a pele doa.
Mas não é a pele que me dói,
É esta sensação ilusória
De te sentir cá por dentro,
De onde nada te tira,
Nem o vento, nem o tempo,
Muito menos pensamento,
Pois só a paixão perdura.

Se o tempo fosse adiado,
Nada em mim, seria passado
Nem as memórias existiriam,
Pois aquilo que me faz falta,
O que me faz mesmo falta
É esse género de fermento,
que me faz sentir-te crescer,
Crescer, crescer, e crescer,
Dentro deste meu peito.

Talvez por isso não acredito
Na pureza de todo o Homem,
Toda a pele que me dói
Pela pressão do teu crescer,
Me envolve este invólucro-pele
Já de si tão volúvel.

Torno-me neste corpo volátil,
É o amor, enquanto dura.



08MARÇO2017


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