Chegaram as sombras, e
Tudo o que admiro por abstrato.
O ondular é incerto,
Como a incerteza do amanhã.
Mas hoje, hoje é um problema bom.
Ultrapassável e desejado.
As folhas, são a luz do Outono
Que me fazem parar e admirar,
Nesta já não dúvida de existência.
É a morte sorridente,
Que dá um sorriso à vida.
Insolente desenrolar cíclico,
Que odeio e amo, não por convicção,
Mas pela dúvida constante
Do início e do fim.
Há este fim real,
Previsível e objectivo. Real.
E o resto?
De que é feito o resto?
O início e outros fins?
Hermética é a evolução
Desenrolada por parcelas.
O nascer do Sol, a pele quente
Energia de um pequeno nada.
Que sou eu senão isto.
Um pouco mais que tudo isto.
Sou o Templo dentro do Templo
A felicidade é feita de ignorância,
Ou será que ignorar é mais leve?
Precisas são as estrelas,
Todas as histórias infantis
Que continuamos a ouvir
Como Príncipes e Princesas
De um mundo ilusório, de tão bom.
Ganhar um dia. Hoje, amanhã e sempre.
A continuidade não é só infinito,
É um projecto que sonho de noite
E que vivo com a intensidade
Da morte de uma Estrela.
A vida é já.
Vivo-a, mas penso!
28OUTUBRO2017