sábado, 29 de abril de 2017

ECO DA VIDA



Hoje,
Podias levar-me aos fados.
Onde a solução
É tão aleatória,
Como um fado cantado,
Num tasco,
A modos que refinado,
Num bairro de um céu,
Quase reanimado!
Só quero ouvir a voz,
Uma garganta de lendas
Histórias e afectos,
Uma refinada nuvem,
Que nunca irá cair
De um céu azul
Como o rio e o mar.
Só a saudade me escreve
Esta tolice e um fado,
Que sem desagravo
Te o canto sem música
Porque a não sei,
Mas finjo.
Por meu entendimento,
O beijo que dou e recebo,
É o sentimento.
A Luz de um olhar,
As asas trémulas
No picanço dos pássaros,
Onde toda a ligeira coisa,
Se fecha
E eu, não dou por nada.
A voz!
A voz é esta,
A minha voz,
Solta, cega
E cheia de vida.
O som que eu crio,
É o eco da vida,
Na vida que vivo!



29ABRIL2019

QUERO-TE SEMPRE




Por uns segundos,
Senti-me entre o céu
E os tormentos da vida.
É bom saber que,
Segundos passam depressa.
O tempo é mestre,
Com as diversas formas
Que me atraem
Que me condenam e,
Que me conduzem.
Sou Humano.
Tenho este sentimento
Tão imenso,
Tão carregado de amor,
Que ultrapassa o instinto.
Tenho esta saudade
De ti,
Que me conduz
A uma outra dimensão.
A Felicidade.
Nua, pura e crua,
De quem não tem nada,
E que acaba por ter tudo.
És tu, sim!
Uma riqueza incontável,
Uma sensação indomável
De te ter aqui.
No meio destes braços,
Como um qualquer abraço
Que não o é assim, qualquer.
Tenho no meio de tudo,
Deste poder incrível de amar,
Um vazio enorme.
A ausência,
A distância,
Mas um portal tão real
Que quando o toco,
Como quem toca um espelho,
Sinto a tua pele,
Que me transforma,
E me faz ter a razão da vida.
Quero-te por tudo e,
Quero-te por nada.
Quero-te feliz e,
Quero-te triste.
Quero-te sempre,
Porque é no Sempre
Que reside o Tempo.



29ABRIL2017

terça-feira, 11 de abril de 2017

SINAPSES E O CAOS DA FELICIDADE




É verdade!
As minhas sinapses estão num caos.
Um estado caótico positivo
Alimentado pela Felicidade!
É tão estranho este paradoxo.
Ora, se os meus neuronios,
Individualmente, comunicam
Com sensações e energia
Que as minhas sinapses despacham
a uma velocidade virtiginosa
Via neurotransmissores,
Neuronio por neuronio,
Se a minha sensação é
De reais e crescentes degraus
Galgados na Torre da Felicidade,
Porquê e para quê, este caos interno,
Que se compara de forma oposta,
Mas com reacção final semelhante,
A outros tipos internos de caos?
Os negativos, que não sinto agora?
Quem sou eu e esta massa estranha
Num craneo cheio de uma matéria
Tão ignóbil, e imprescindível
Mas que não se deixa conhecer?
Como sou de Soberba,
Posso comparar num grosso modo
Com um bife fantástico, à minha frente,
Mas que só tenho capacidade
De consumir dez por cento.
Sadismo divino? Egoísmo do Criador?
Arquitectura emocional ?
Venha de lá  Senhor,  Criador,
E tire lá esta coisa a limpo!
Para quê desperdiçar o Tempo?
Eu sei uma resposta. Para que não pare,
Mas não deixando de existir,
Não parando o Tempo,
Porque não alterar a forma?
Altere os porquês e a ignorância.
Esta sensação de "coisas" que sinto,
E tantas vezes se movem
A velocidade não sei se quântica
Se como é criada ou como existe,
Com uma louca velocidade,
Escondida, disfarçada,
Impossíveis de ver a olho nu,
Qual é a minha função real?
Serei eu sinapse de outro neuronio
Num qualquer outro lugar?
Não acredito. Sou pesado e lento.
Mas penso como as sinapses,
E entro em caos como o que elas
Criam em mim.
O Caos está criado,
Mas é bom senti-lo como Felicidade.
Tudo se transforma, nada se perde,
Apenas o caos e as suas formas.
Fico à espera da resolução?
Se tiver o Tempo comigo,
Se o centro neste meu círculo,
Quiser mostrar que o que está em cima
É o que está também em baixo.
Caro Senhor,
Claro que espero!
Com ou sem caos,
Mas Feliz por favor!



11ABRIL2017