domingo, 19 de fevereiro de 2017

A EXTENSÃO DA REALIDADE





Vou esperar que o sol se esconda,
Escorregar pelo musgo de um penedo
Até ao ponto que me pareça, o exacto.
São escolhas do meu esquecimento
Que nunca se apagam, que me fazem assim.
A água, o som do riacho,
O sossego induzido naturalmente,
O cheiro a pinhas, à resina e ao verde,
Amaciam o meu peito, por um olfato
Entusiasmado, e intimamente feliz.
Juntar todas as cores que me cercam,
É pintar um quadro, sem pigmentos reais,
Sem pincéis, sem tela, esponjas, espátulas,
E toda a parafernália de quem pinta.
Aqui, ao alcance da minha visão,
A pintura está feita, acabada,
Com a benesse dos cheiros reais,
Da alteração do horizonte
A uma velocidade que me adormece.
É a arte que amo que vejo agora.
A extensão da realidade, dos momentos,
Da interpretação e liberdade própria,
É este abismo de felicidade
Que me tira o fôlego, como se
Mergulha-se neste abismo hipotético
E senti-se as sensações de queda num vácuo.
O corpo e os elementos.
Apenas o corpo, os elementos e sensações.
Bem hajas vida, enquanto te vivo;
Assim!



19FEVEREIRO2017

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