quinta-feira, 31 de março de 2016

ALIMENTAR A CHAMA





Todos o elementos se juntaram
Num dia como este. Caos total,
Parafernália de paradoxos,
Antíteses ce calores (ir)reais,
Polos opostos e trovoadas
De um frio intenso;
Peles marteladas ao milímetro.
Tudo o que pode elevar os corpos.

Toda a emoção é bizarra,
Quando as cores certas se perdem
O calor e o frio se mistura e,
Ai Deus, assim
Pintado fica o tom da loucura.

Descendo ao corpo,
Neste local enfadonho
Que nos prepara para a rotina,
Separo tudo em opções.
Quero o calor de um lado,
O frio de um outro lado,
E a ansiedade próxima do fim.
Separar emoções...

Calor é um sim e um não.
Desejo e amor, desilusão e perda.
Frio é homogénio,
Relativo, subjectivo
Mas tão semelhante.
Só o desejo é comum aos extremos.
Só a voz que grita interiormente
Me eleva a uma outra pessoa
A que recorro por medo
Sem perder o tino em mim próprio.

Ter várias Eu's é difícil
É perigoso porque tudo transfere
Imediatamente sem incapacidade
Nem travão. Só o retorno resulta.
Cumplicidade e desafios certos,
Loucuras que se alimentam por nós
Como oxigénio alimentam fogueiras.
A chama é responsável por tudo isto.
Sopro-a para que se torne em fogo,
E eu arda sem retorno algum.



31MARÇO2016





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