terça-feira, 22 de abril de 2014

REFÚGIO E SOFREGUIDÃO




Sobra-me o futuro.
Sentir ansiedade,
é razoávelmente justo.
Não pela vontade,
de um pouco mais,
Quero quase sempre,
um pouco mais,
quando quase sempre,
existe muito pouco.
Gosto de desafios!
Razoáveis torturas,
maturas e (des)agradáveis,
que me façam pensar.
Que me deixem reticente,
curioso de várias formas,
com tempo e o espaço
que me perseguem.
Sofreguidão...
Fome de ter qualquer
outra fome de saber.
Refúgio...
Esconder os medos,
viajar, por sonhos ilusões.
Todas as palavras que leio.
Não sei em que mundo.
Se neste meu mundo de carne,
se neste meu mundo, um outro,
de fugas paralelas e conscientes,
imaginários retocáveis no descernimento,
desejos de vida, sexo ou desencanto.
São os livros! São culpados.
Pequenos deuses inspirados,
doutrinas existenciais próprias,
loucuras individuais,
tão egoístas como eu.
Tenho vontade de mais.
Nem que seja só um pouco.
Só quero o momento seguinte.
Quero ouvir virar as páginas.
Sendo as palavras estradas,
viajo pelo mundo inteiro,
por paisagens, curiosas, fantásticas,
por desertos sádicos e dolorosos,
mas por todos os mundos pequenos,
criados por pequenos deuses.
Reflexão final e livre,
ficam as imagens inexistentes,
tão perigosas e hilariantes,
onde o refúgio sente sofreguidão.
Só quando paro, me apercebo
deste meu entusiasmo.
Só parando, sei que me esqueço
tantas vezes de mim próprio.
Só sonhando sei dar um valor,
que possa avaliar a realidade

22ABRIL2014

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