segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SOU O QUE SOU




É ao cair da chuva,
que um pó oprimido,
salta e,  cheira e,
é a mistura do verde
que realça a harmonia
de todas as cores.

São os espaços vedados
que me preocupam!
Os jardins de Inverno.
As falsas redomas.
O calor forçado.

Falsos elementos!

No topo do mundo,
tão difícil como possível,
brilha o cristal da vida.

As nuvens estão cheias,
de águas e lágrimas alegres.
São filtros, como anjos
em conta gotas descendentes.

As que me tocam,
vão directo à alma,
sem a pele que as afaste,
só o Eu que as acolha.

Os elementos,
dividendos divinos,
tormentos benzidos,
vertem a fina escolha.
São agrestes e macios.

São o meu âmago,
sozinho e imerso,
débil fustigar,
procurado por mim.

O prazer da chuva,
numa rua, numa praia,
num lugar que o sinta,
tem o poder do adeus,
e eu fico.

Cheiro o toque e,
tremendo,
filtro a vida nesta,
última fronteira que,
me separa da morte.

Viver é corpo,
irreverente ou inerte.

Assim,
eremita da Terra,
viajante dos céus,
sou o que sou.

Com tudo e com nada!

19AGOSTO2013

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